PF investiga desvio de emendas parlamentares em 40 inquéritos, acendendo alerta no congresso

Polícia Federal apura irregularidades em repasses de emendas, com foco em desvios em municípios e suposta “comercialização” no Maranhão.

Retomada dos trabalhos no Congresso reacende a discussão sobre emendas parlamentares, enquanto PF intensifica investigações para garantir a correta aplicação dos recursos públicos

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Polícia Federal (PF) deflagrou uma ampla operação de investigação sobre o desvio de emendas parlamentares, instaurando ao menos 40 inquéritos em Brasília e nos estados. Com a retomada das atividades no Congresso Nacional, a destinação desses recursos públicos volta ao centro do debate, especialmente diante das suspeitas de irregularidades nos repasses.

As investigações, conduzidas pela Diretoria de Combate ao Crime Organizado e à Corrupção (Dicor) e pelas superintendências estaduais da PF, visam apurar possíveis desvios de recursos em municípios beneficiados pelas emendas. O número de inquéritos pode aumentar com o surgimento de novas frentes de apuração a partir das investigações em curso.

Em Brasília, o foco central é o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares pela Câmara dos Deputados e uma suposta manobra do então presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). A investigação foi aberta por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que suspendeu os repasses e ordenou a instauração do inquérito em dezembro do ano passado. Parlamentares, como o deputado Glauber Braga (Psol-RJ), foram convocados a depor.

Outra linha de investigação mira um esquema de “comercialização” de emendas no Maranhão, onde ao menos R$ 7 milhões teriam sido negociados irregularmente por três políticos do PL. O caso já resultou em denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e formação de maioria no STF para transformar os envolvidos em réus. As provas obtidas no Maranhão levaram à abertura de nova apuração no Tocantins, envolvendo um senador suspeito de desviar verbas de emendas parlamentares.

Apesar da amplitude das investigações, a PF ressalta que o objetivo não é “criminalizar as emendas”, mas assegurar que os recursos públicos sejam utilizados de forma transparente e correta.

A polêmica sobre a liberação de emendas ganhou destaque em dezembro de 2022, quando o STF declarou inconstitucionais as chamadas emendas RP8 e RP9. Em resposta, o Congresso Nacional aprovou uma resolução alterando as regras de distribuição de recursos por meio das emendas de relator, buscando se adequar ao entendimento da Corte.

Em fevereiro, o ministro Flávio Dino homologou o plano de trabalho elaborado pelo Congresso, que prevê a identificação dos parlamentares responsáveis pelas emendas e dos destinatários dos repasses. A decisão também resultou na liberação dos pagamentos de emendas suspensas nos últimos anos, incluindo as deste ano.

Caso de Política | A informação passa por aqui.

#PolíciaFederal #EmendasParlamentares #DesvioDeRecursos #Corrupção #Investigação #CongressoNacional #STF #Transparência #PF #FlavioDino

Três governadores ampliam salários em mais de 100% desde 2022

Os governadores, Carlos Brandão (PSB), Romeu Zema (Novo) e Raquel Lyra (PSDB) tiveram aumento acima de 100%

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Nos últimos anos, a política salarial de alguns governadores brasileiros tem sido alvo de controvérsias. Segundo dados das Assembleias Legislativas estaduais e portais de transparência, três gestores estaduais dobraram ou mais que dobraram seus próprios salários desde 2022.

O governador Romeu Zema, representante do Novo em Minas Gerais, viu seu salário aumentar em 278% em maio passado. A questão gerou até litígio judicial, mas em dezembro, o STF negou um pedido para reverter o aumento, levando o salário mensal do governador bolsonarista de R$ 10,5 mil para R$ 41,8 mil.

Já no Maranhão, Carlos Brandão (PSB) aprovou um aumento de 107% neste mês. A partir de junho, seu rendimento mensal passará de R$ 15.915 para R$ 33.006,39. A justificativa do governo maranhense foi que Brandão recebia o menor salário entre os governadores do Brasil e não tinha reajuste desde 2014.

Por sua vez, em Pernambuco, a governadora Raquel Lyra (PSDB) sancionou um aumento de 129%. Embora a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) tenha aprovado um aumento de R$ 9,6 mil para R$ 22 mil, Lyra opta por receber R$ 42.145 mensais como procuradora do estado, cargo que ocupava antes de ingressar na política.

Vale ressaltar que Raquel Lyra possui o maior salário entre os governadores brasileiros e se destaca na comparação com a renda média do estado. Seu salário é quase 38 vezes maior do que a renda per capita média dos pernambucanos em 2023, que é de R$ 1.113, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Confira o ranking dos salários dos governadores no país:

  • Pernambuco – Raquel Lyra (PSDB) – R$ 42.145,88
  • Sergipe – Fábio Mitidieri (PSD) – R$ 41.650,92
  • Acre – Gladson Cameli (PP) – R$ 40.137,69
  • Minas Gerais – Romeu Zema (Novo) – R$ 39.717,69
  • Mato Grosso do Sul – Eduardo Riedel (PSDB) – R$ 35.462,27
  • Rondônia – Marcos Rocha (União) – R$ 35.462,22
  • Rio Grande do Sul – Eduardo Leite (PSDB) – R$ 35.462,22
  • Bahia – Jerônimo Rodrigues (PT) – R$ 35.462,22
  • Pará – Helder Barbalho (MDB) – R$ 35.363,55
  • São Paulo – Tarcisio de Freitas (Republicanos) – R$ 34.572,89
  • Roraima – Antonio Denarium (PP) – R$ 34.299,00
  • Amazonas – Wilson Lima (União) – R$ 34.070,00
  • Piauí – Rafael Fonteles (PT) – R$ 33.806,39
  • Paraná – Ratinho Junior (PSD) – R$ 33.763,00
  • Maranhão – Carlos Brandão (PSB) – R$ 33.006,39
  • Amapá – Clecio Luis (Solidariedade) – R$ 33.000,00
  • Paraíba – João Azevedo (PSB) – R$ 32.434,82
  • Espírito Santo – Renato Casagrande (PSB) – R$ 30.971,84
  • Mato Grosso – Mauro Mendes (União) – R$ 30.862,79
  • Distrito Federal (Brasília) – Ibaneis Rocha (MDB) – R$ 29.951,94
  • Alagoas – Paulo Dantas (MDB) – R$ 29.365,63
  • Goiás – Ronaldo Caiado (União) – R$ 29.234,38
  • Tocantins – Wanderlei Barbosa (Republicanos) – R$ 28.070,00
  • Santa Catarina – Jorginho Mello (PL) – R$ 25.322,25
  • Rio Grande do Norte – Fátima Bezerra (PT) – R$ 21.914,76
  • Rio de Janeiro – Claudio Castro (PL) – R$ 21.868,14
  • Ceará – Elmano de Freitas (PT) – R$ 20.629,59
Caso de Política | A informação passa por aqui

Leilão concede empreendimentos de transmissão de energia elétrica em 14 estados

Previsão é que sejam investidos R$ 18,2 bilhões em 69 empreendimentos, a expectativa é que as obras gerem 34,9 mil empregos diretos

EBC – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou nesta quinta-feira (28), na B3 (bolsa de valores brasileira), em São Paulo, um leilão para definir as empresas responsáveis pela construção e manutenção de 6,4 mil quilômetros de linhas de transmissão em 14 estados. A previsão é que sejam investidos R$ 18,2 bilhões em 69 empreendimentos, com a geração de 34,9 mil empregos diretos.

Os estados com obras previstas no leilão são Alagoas, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Segundo a Aneel, dos 15 lotes propostos, seis têm investimento previsto superior a R$ 1 bilhão.

O deságio médio do leilão foi de 40,78%, o que representa uma economia para o consumidor de R$ 30,1 bilhões, de acordo com a agência. O prazo para operação comercial dos empreendimentos varia de 36 a 72 meses, para concessões por 30 anos, contados a partir da celebração dos contratos.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, comemorou o resultado do leilão.

“Estamos trabalhando para transformar o setor de energia elétrica em desenvolvimento econômico e social, garantindo mais segurança energética e oportunidades para a nossa população. Estamos fortalecendo o nosso sistema para escoarmos toda a energia renovável gerada em nosso país”, disse nas redes sociais.

O secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME, Thiago Barral, explicou que as obras contratadas hoje se integram aos leilões anteriores e, possivelmente, aos leilões subsequentes que serão realizados pela Aneel. “Essa infraestrutura visa atender o cenário de crescimento da carga brasileira ao menor custo, utilizando a competitividade das renováveis para essa finalidade.”

Segundo o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, todos os participantes que venceram têm histórico de bons serviços prestados.

“Associado a uma fiscalização diligente por parte da Aneel, contribuirão para a entrega das obras dentro do prazo previsto. Em 2024, alcançamos a marca histórica de geração de 200 GW e precisamos de transmissão para escoar toda essa produção. Por essa razão, o cumprimento dos contratos é essencial”, ressaltou.

Lotes

Foram concedidos à iniciativa privada 15 lotes de linhas de transmissão em 14 estados. A Centrais Elétricas do Norte (Eletronorte) arrematou os lotes 1, 3, 5 e 9, para a construção de linhas de transmissão no Ceará, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia. As obras visam à expansão da rede básica da área norte do Nordeste para possibilitar o escoamento das usinas já contratadas no região, além de ampliar as margens para conexão de novos empreendimentos de geração e atender ao crescimento da demanda local.

Já a FIP Development Fund Warehouse arrematou os lotes 4, 6 e 14. O Lote 4 é composto por linhas de transmissão nos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, para a expansão da rede básica da área leste da Região Nordeste. Já os lotes 6 e 14 são compostos por linhas de transmissão localizadas nos estados da Bahia e Minas Gerais. O objetivo é a expansão do sistema de transmissão da área sul do Nordeste e norte dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo para atender à expectativa de contratação de energia proveniente de empreendimentos de geração renovável na região, com destaque para as usinas eólicas e solares.

Os lotes 2, 7 e 13 do do Leilão foram arrematados pela EDP Energias do Brasil. A previsão de linhas de transmissão no Piauí, Tocantins, Bahia e Maranhão, para o escoamento das usinas já contratadas no Nordeste, além de ampliar as margens para conexão de novos empreendimentos de geração e atender ao crescimento da demanda local.

Caso de Política | A informação passa por aqui